Agência RMBH apresenta mapeamento dos aglomerados, vilas e favelas vulneráveis a proliferação da COVID-19

No Brasil, cerca de 13,6 milhões de pessoas moram em favelas, segundo um levantamento do Data Favela, instituto de pesquisa voltado para as comunidades brasileiras. Segundo informações coletadas durante o período pandêmico, 72% dos moradores de aglomerados revelaram que não tinham uma poupança para enfrentar reflexos da crise causada pelo coronavírus.

No intuito de contribuir e auxiliar ações de enfrentamento da covid-19 em localidades mais expostas a proliferação da doença, a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Agência RMBH) apresenta o projeto de “Mapeamento dos aglomerados, vilas e favelas na RMBH”.

O levantamento apresentado pela equipe do Núcleo de Assessoramento Técnico Especial (NATE), utilizou bases do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que irão compor o Censo 2020 (adiado para 2021), disponibilizadas preliminarmente, de forma a espacializar as áreas potencialmente mais vulneráveis à covid-19 a fim de subsidiar ações de enfrentamento da pandemia nesses locais. A conformação urbanística irregular, caracterizada pela grande densidade de edificações, atrelada às condições socioeconômicas nessas áreas, dificultam o isolamento social. Ademais, a carência no acesso ao saneamento básico e as condições inadequadas de habitabilidade também potencializam a disseminação do coronavírus.

A chefe do NATE, Gabrielle Sperandio, pontua que o objetivo do projeto é subsidiar um plano de ação da Secretaria de Estado de Saúde (SES) como enfrentamento da pandemia em áreas vulneráveis. “O mapeamento dos aglomerados subnormais da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) foi vinculado à espacialização das unidades de saúde de atendimento primário, e também aos estabelecimentos de saúde com capacidade de internação e observação.  A análise evidencia, em primeiro lugar, a concentração da vulnerabilidade nos municípios limítrofes à capital, que apresentam maior proporção de domicílios ocupados nestes locais em relação à quantidade de domicílios nestes municípios”, explica.

Outro ponto importante é o deslocamento a ser feito para atendimento médico em território local ou vizinho. A especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental da equipe do NATE, Clarice do Vale, ressalta que: “Os dados demonstram que as famílias de alguns aglomerados precisam se deslocar ao município vizinho para receber atendimento básico saúde e/ou de média e alta complexidade, considerando a menor distância a ser percorrida. Esta análise faz-se importante considerando a estratégia adotada no país, por meio do SUS, que reconhece o município como o principal responsável pela saúde de sua população. Diante da pandemia, que não reconhece barreiras e limites municipais, estes dados explicitam ainda mais a necessidade de ações coordenadas e cooperativas entre os entes federados”.

Os municípios da RMBH podem contribuir com a expansão do projeto de mapeamento enviando as bases georreferenciadas das áreas em vulnerabilidade local. As informações podem ser encaminhadas para o e-mail: gabrielle.sperandio@agenciarmbh.mg.gov.br.

Acesse o conteúdo na íntegra do “Mapeamento dos aglomerados, vilas e favelas na RMBH”, clicando aqui.

Equipe NATE envolvida no mapeamento: Gabrielle Sperandio, Clarice Vale e Túlio Gama

Foto: Francielle Cota/ASCOM