Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil como um instrumento de gestão

Tema do terceiro painel do Seminário de Lançamento do Plano Metropolitano de Resíduos Especiais, que ocorrerá no próximo dia 31, o gerenciamento dos resíduos da construção civil será discutido pelo engenheiro e consultor técnico do Sindicato da Construção de Minas Gerais (SINDUSCON-MG), Roberto Matozinhos.

O  gerenciamento de resíduos em canteiros de obras é uma prática consolidada entre os grandes geradores, que o fazem através do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), em consonância com a resolução 307 do CONAMA e com as regras de licenciamento ambiental.

Segundo o consultor, para além do gerenciamento, o PGRCC deve ser compreendido como uma ferramenta de gestão. “Quando o plano de gerenciamento é elaborado desde as fases iniciais do projeto ele acaba se tornando um instrumento de gestão da obra. Pois a partir dele, pode-se definir os materiais que serão utilizados – pensando nas premissas de não geração, redução, reutilização, reciclagem -, ou seja, a construtora pode utilizar o seu poder de compra para adquirir materiais que gerem resíduos que tragam menos impacto para o meio ambiente, e consequentemente, ela terá mais economia na hora do descarte”, explica Matozinhos.

Ainda de acordo com o consultor, o PGRCC deve nortear todas as atividades no canteiro de obras. “É importante que o setor entenda os benefícios gerados pela implantação do plano, pois a escolha correta e a gestão adequada de materiais geram mais segurança do trabalhador, aumento da produtividade, redução de custos, entre outros. Hoje o canteiro de obras é um processo de montagem, o mercado oferece materiais que já vem nas medidas adequadas e a argamassa, por exemplo, já vem pronta. Isso elimina muitas etapas dentro do canteiro, e consequentemente, diminui a geração de resíduos significativamente”.

Segregação

Um dos desafios enfrentados nos canteiros é a segregação dos resíduos. Quando os resíduos são separados na fonte de geração aumenta o potencial de reciclagem e o processo de destinação final fica mais barato.  “É preciso fazer um trabalho permanente com o operário para que a segregação seja feita de maneira correta. Quando há a contaminação de resíduos o processo de descarte fica de 6 a 10 vezes mais caro”, comenta.

Se a segregação é realizada de maneira adequada torna-se possível o reaproveitamento dos resíduos. “Quando uma construtora tem dois empreendimentos simultâneos, ela pode encaminhar o resíduo segregado em uma obra para se tornar matéria prima no outro canteiro, num ciclo fechado da própria construtora”.