Rastreabilidade garante bons resultados no gerenciamento de resíduos de construção civil em Jundiaí

A tecnologia pode ser uma importante aliada no gerenciamento de resíduos, como nos conta o secretário de serviços públicos da prefeitura de Jundiaí, Aguinaldo Leite, que participará do seminário de Lançamento do Plano Metropolitano de Resíduos, no próximo dia 31, em Belo Horizonte.

Durante o evento, ele apresentará a experiência do município na gestão dos Resíduos de Construção Civil e Volumosos (RCCV) , que é realizada através de um sistema de rastreamento on line que permite a identificação do gerador, o monitoramento do transporte e da forma de destinação final dada ao resíduo. “Compartilhamos o sistema com as 70 empresas de caçambas da cidade. Quando um cidadão solicita uma caçamba a empresa faz o registro no sistema com os dados do cliente gerador, após a instalação da caçamba, fiscais da prefeitura fazem uma vistoria para verificar se está atendendo aos requisitos, após a vistoria e estando apta, a caçamba recebe o status de regular no sistema. Conseguimos acompanhar a movimentação da caçamba e quando, finalmente, ela dá entrada no centro de gerenciamento de RCC o gerador recebe um e-mail comprovando a destinação ambientalmente adequada do resíduo”, explica Leite.

Após o resíduo dá entrada no centro de gerenciamento inicia-se a segregação automatizada. “A caçamba é pesada na entrada e depois inicia-se o processo de triagem. Cerca de 90% dos RCC são reaproveitados em obras da prefeitura, gerando uma economia anual de 6 milhões de reais em compras de materiais virgens, tais como areia e brita, por exemplo. Faz dois anos e meio que a prefeitura não realiza a compra destes materiais”. De acordo com dados da secretaria, atualmente, são gerados 17 mil toneladas de RCC por mês.

A rastreabilidade é uma ferramenta que permite, ao gestor e ao gerador o acompanhamento e controle do gerenciamento dos RCCV, garantindo que os ciclos do gerenciamento dos RCCV sejam finalizados dentro dos prazos legais e metas planejadas.

A iniciativa para a implantação do sistema surgiu em 2013, durante o processo de elaboração do plano municipal de gerenciamento de resíduos. “Quando começamos a elaborar o plano municipal de gerenciamento de resíduos, visando atender a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), identificamos um grande problema no gerenciamento dos RCCV. Naquela época foram identificados 1.270 pontos de destinação irregulares espalhados pela cidade, e com o setor de construção civil em franca expansão, a situação ficava cada vez mais complicada. A prefeitura era bastante ineficiente na gestão desses resíduos, não se tinha informações do quanto era gerado, quem era o gerador e nem controle para onde esses resíduos eram destinados. Muitos deles iam parar em encostas, áreas verdes e mananciais de rios. Então decidiu-se pela implantação do sistema. Hoje, os 1.270 pontos de bota-fora caíram para 25, que por sua vez, foram transformados em Ecopontos ou em Pontos de Entrega Voluntária (PEVs)”, comemora.  

Próximas etapas

Está prevista uma nova etapa de implantação do sistema, que é condicionar o alvará de obras e o habite-se ao plano de gerenciamento de resíduos de obras. “Para os grandes geradores estamos avaliando a viabilidade de atrelar o sistema ao alvará e ao habite-se, ou seja, o construtor terá que entregar o plano de gerenciamento de resíduos para ter o alvará e comprovar a execução do plano para conseguir o habite-se do imóvel”.