RMBH receberá plantio de 250 mil mudas na sub-bacia do Serra Azul

A Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (Codemig) e a Prefeitura de Itaúna, realiza reunião nesta quarta-feira, dia 22, no povoado de Freitas, município de Itaúna, para discutir com a comunidade o projeto Plantando o Futuro (PPOF).

Coordenado pela Codemig, o projeto foi instituído pelo Decreto 46.974 de 2016 e tem a meta de plantar 30 milhões de mudas, recuperar 40 mil nascentes, seis mil hectares de mata ciliar e dois mil hectares de áreas degradadas em todos os 17 territórios de Desenvolvimento de Minas Gerais, até 2018.

Na RMBH, o projeto-piloto abrange a sub-bacia do ribeirão Serra Azul e engloba os municípios de Itaúna, Igarapé e Mateus Leme. Ele prevê o plantio de 250 mil mudas de plantas nativas em áreas de preservação permanente (matas ciliares) nesses três municípios e a colocação de cercas de proteção nas nascentes, abrangendo uma área total de cerca de 150 hectares. A empresa vencedora da licitação para implantação do projeto-piloto na RMBH foi a Fortal Engenharia Ltda. O valor do contrato é de R$ 2,4 milhões.

No distrito de Serra Azul, em Mateus Leme, o projeto foi bem recebido pela comunidade. A reunião ocorreu segunda-feira, 20, e contou com a presença da diretora-geral da ARMBH, Flávia Mourão e do coordenador do PPOF, Cleber Maia, da coordenadora de meio ambiente da prefeitura, Rosi Maia Silva, além de parceiros da Copasa e da Emater.

A crise hídrica e a necessidade de proteger os mananciais, para garantir o abastecimento local e regional, foram apontadas por Flávia Mourão como justificativas para que governo e sociedade se empenhem no projeto.  O Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI), desenvolvido pela Agência RMBH, aponta a necessidade de uma política metropolitana integrada de gestão, proteção e recuperação dos recursos hídricos. Cleber Maia, por sua vez, destacou que o PPOF é uma oportunidade para que os proprietários possam recuperar, sem custos financeiros, as áreas degradadas. Neste projeto, o governo estadual não vai doar as mudas e sim fazer o plantio, além dos cercamentos necessários. Caberá ao proprietário manter e cuidar das melhorias recebidas.  “Às vezes, explicou, o cercamento de uma nascente é mais importante que o plantio de mudas, pois permite a auto-regeneração da vegetação no local”.

Presente à reunião, Gil Martins de Oliveira. da Ong “Palha de Milho”, defendeu o cuidado com a “mãe-terra” e convocou a comunidade a aderir ao projeto. Ele também destacou a necessidade de se reduzir o uso de agrotóxicos nas plantações e de ações de educação ambiental.  A produtora Ralclécia da Fonseca, dona de uma propriedade de 159 hectares na comunidade de Caxambu, com produção de leite e milho, foi a primeira a assinar o termo de anuência ao projeto na sub-bacia do Serra Azul, “se não agarrar o projeto agora, vai ter que fazer e pagar depois”, justificou, se referindo à obrigatoriedade legal de recuperar as áreas degradadas. Seu argumento foi reforçado pelo extensionista da Emater, Afrânio Nogueira. Para ele, ”o governo estadual está se adiantando ao que será cobrado depois, na fase de regularização ambiental, que ocorrerá após a finalização do Cadastro Ambiental Rural (CAR)”.